



são francisco
capibaribe
pajeú
una
mundaú
potengi
mamanguape
paraguaçu
beberibe
mucuri
tejipió
contas
canindé
moxotó
acaraú
meamirim
pirangi
jaboatão
japaratuba
coruripe
guaju
itapecuru
gurupi
parnaíba
taperoá
sergipe
real
poxim
jacuípe
utinga
ipojuca
gongoji
goiana

minhas veias são os rios ~ que serpenteiam teus regressos
e eu também vou voltar
quando meu peito bombear ~ tudo o que ontem precipitou
quero aprender a não temer ~ tomar mais um banho de chuva

deixar molhar só pra saber ~ que não somos torrões de açúcar
se relampear eu quero ver ~ clarear cada noite nua
e numa nascente eu vou beber da fonte que só continua

a jorrar ~ a embeber ~ a banhar ~ e a talvez compreender
que o meu corpo-d’água pode e pede tudo
pede um norte, um curso, um rumo
pode ser rio ~ sertão ~ ser alto mar
chuá ~ chuá

chuá ~ chuá
chuá ~ chuá
Recife, novembro de 2025
Cara vertente,
Venho, por meio desta carta, te perguntar: de onde vertem as águas? Como posso fazer para descobrir quem eu sou, de onde vim e porque me desaguo em tantas desembocaduras. É normal ter tantos desdobramentos, mas não saber de onde vertem as águas?


.jpg)



Quando estou em contato com diversas pessoas também estou em contato com diversos rios que me atravessam. Me guiam, dessa forma, para uma diferente nascente. Me entendo, portanto, nesse mar de dizeres e, sem costa à vista, me perco, me afogo.
Venho a ti, vertente, querendo saber o que me sufoca, sou confuso, sou completo? Quais águas me atravessam?
Um abraço,
...



chuá ~ chuá
chuá ~ chuá
ando buscando entender o comportamento das águas / pois na imensidão azul e verde, quero poder me perder / e me encontrar, vez ou outra, por entre as nuvens, a evaporar
se chove, e quando chove, vejo ressurgir as nascentes do meu rio que ontem secou / desse rio que também chora, como Bethânia cantou em sua carta de amor

de repente o céu se abriu
e partindo das águas vertentes vou serpenteando essa terra
até encontrar o rio de novo
avanço as contenções / irrompo para além das barreiras
e as vezes sou eu o corpo d’agua que inunda as cidades / sou eu a correnteza que um dia criou os mares / sou eu o São Francisco que corta e faz renascer os teus mais absolutos sertões
chuá ~ chuá

chuá ~ chuá



ficha técnica
ensaio visual de chamamento para a quinta movência, com autoria coletiva compartilhada entre toda a equipe do projeto
coordenação:
Renata Wilner
Joana D'Arc Lima
esta movência contou com o apoio do edital PIBEXT 2025, da Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
equipe
Leonardo Bertrand
Flávia Alessandra
Ronni fx
Amanda de Morais
João de Lira
Leo Pactor
Beatriz Dias
bolsistas PIBEXT
Bia Ramos
Leonardo Santos
bolsistas BIA
Débora Araújo
Kaic José
agradecimento
Boi da Mata
textos
Leonardo Bertrand
e João de Lira
paisagem sonora
Amanda de Morais
e TAV
Ilustrações
Kaic José
e Leonardo Bertrand
design
Leonardo Bertrand
Amanda de Morais
Débora Araújo
e Leonardo Santos
projeto expográfico
Leonardo Betrtrand
_20250224_211946_0000.png)



