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imensidÕes íntimas

então eu escuto

Nina Xará

Recife - PE

série de fotografias, 2021

o espaço das pálpebras
entre um piscar de olhos

Athilyane

Recife - PE

ensaio poético-visual, 2022

Não são as planícies
a terra ou o asfalto
Não são as superfícies rígidas
dos teus dentes areados


Não é o quadro em que escreves
nem o queimor do respirar ofegante
O que me interessa
ninguém consegue ver


Entranhas ansiosas,
o espaço das pálpebras entre um piscar de olhos,
a confusão aqui embaixo após o abraço,
o contato côncavo entre dois continentes,
a saudosa paysage de tua nuca.


Sinto aquela sensação abissal do vazio
é sobre ela que quero escrever
é sobre o absurdo dos silêncios
é sobre o frio e o calor con-fusos
é apesar do virar de páginas


Escrevo sobre a absurdidade que em nós ecoa
Aquela que nos sufoca ou nos liberta.

quem vai nos lembrar de nós?
E quem roubou nossas memórias?

Gabriela Almeida

Recife - PE

bordados em autorretratos
impressos em papel couche, 2022

hermenêutica
do natural

Tássio Melo

Jaboatão dos Guararapes - PE

instalação em técnicas e suportes variados, 2022

nu explícito
de minhas atitudes

Gabriel Dionísio

Jaboatão dos Guararapes - PE

aquarela sobre papel, 2021

pescaria

Célio Amaral

Paulista- PE

poesia, 2022

Quando na infância
me deitava no sofá
e passava ali minutos,
ao instante de me levantar
uma lacuna em meu espírito
tomava a forma de um “Por quê?”

Depois cresci,
num piscar de olhos do universo,
sem até pouco tempo saber,
imaginar,
que viver teria disso:
cair, querer parar,
parar, permanecer,
misturar, colar
a pele com a matéria
dos assentos;
esquecer de chorar,
esquecer de mentir,
deitar deitar deitar,
dormir dormir dormir,

até esquecer de respirar
e num dia, pois, de si esquecer!

Certo é que alguma hora eu me levanto.

Não me reprimo, no entanto:
se de metal inquebrantável
forjassem um arco, um gancho,
que me fisgasse pela carne,
que se afundasse
em pleno peito e sono sangrento;
se daí me puxassem,
por amor ou por sadismo
(e em que se diferem ambos,
em tantos momentos?),
eu agradeceria imensamente,
se essa alma dada e boa
rompesse o inexistente,
eu cairia por terra,
eu a louvaria de joelhos.

pesar

Aiko Hatayama

Recife - PE

aquarela, lapis de cor aquarelável e gesso acrílico sobre papel, 2022

imensidÕes
íntimas

roda de conversa com os criadores

transmitido
ao vivo
em 14.03.2023

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